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quinta-feira, 28 de julho de 2011

UMA PALAVRA NÃO DISPLICENTE

Em tempos polifônicos, com intensa proliferação de ruídos, sons estridentes, gritos, vozes e mais vozes, a palavra se perde nesta loucura onde ninguém se entende. Neste turbilhão esquizóide, comunica aquele que mais alto fala ou berra, mas uma comunicação sem entendimento, completamente desprovida de conexão, um diálogo de surdos ou enlouquecidos. Onde todos falam ao mesmo tempo ninguém se entende, e a palavra é expressa sem nenhum cuidado, é uma vomitação desprovida de sentido, gerando mais fragmentação, distanciamento, desentendimentos e sobretudo desamor. Um caos total, uma "babel". Então será mesmo que é neste território que nós humanos queremos prosseguir nossas vidas? Será que é aqui que queremos fazer crescer nossas crianças, que aprendem nos imitando? O que queremos? Se queremos um pouco mais de humanidade e respeito em nossas relações talvez tenhamos que de alguma maneira começar a cultivar atitudes mais atenciosas, cuidadosas na comunicação, em nossos encontros. Uma atitude de presença no compromisso determinado de se expressar sem alterar o tom de voz, mesmo que tenhamos que repetir quantas vezes forem necessárias o que tenhamos a dizer, mesmo que tenhamos que fazer silêncio interrompendo a interlocucução para nos fazermos entender pelo outro, mas assumir na prática esta decisão, que é fruto de uma escolha pessoal. Portanto cuidar da palavra é fundamental para a mudança deste estado caótico em que nos encontramos todos, deixando de ser displicente com as palavras, afinal elas tem a força da transformação, para o bem como para o mal. Então, o que queremos, para nós hoje e para as futuras gerações amanhã? Sabemos que o amanhã é fruto e consequência do hoje.
Abraços ****
Vivi

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