Desatentos e
contaminados pelo capitalismo de mercado que funciona na constante aceleração,
não se percebe que a pessoa humana em muitas situações tem sido considerada
como um objeto de custo. A pergunta é: o que queremos: ser uma pessoa e nos
reconhecer como pessoa ou ser um objeto de custo, que se troca, descarta, sem
valor, mas com alto custo. Então quanto custa? Esta é palavra do capitalismo:
quanto custa? Muitas ações deixam de ser realizadas pelo custo, pois o que interessa
não é o valor do humano, mas o quanto custa, de quanto serão os lucros
contabilizados em moeda. A arte como a educação, tem sido vítimas constantes
desta atitude predatória que permeia nossa sociedade. Se fala em mudanças, as
propagandas apelam na construção de ilusões, com promessas inacessíveis para a
total maioria, a violência aumenta por todos os lados e de todas as formas, as
famílias se destroem, as instituições perdem legitimidade, a política é vendida
em fatias de conveniência, a insegurança toma conta dos espaços públicos e
pessoais, porque tudo acaba sendo reduzido ao valor do mercado, do quanto
custa. Onde chegamos com a nossa humanidade? Seria esta uma doença incurável?
Uma verdadeira peste, que contamina a tudo e a todos? Onde estão as religiões?
Será que nem elas são capazes de assegurar respeito e legitimidade? Este é o
desolador cenário que se apresenta no teatro social. O coletivo evidencia os
sintomas, mas é no indivíduo que a ação terapêutica precisa acontecer, investindo
na cura desta brutal afecção que acomete a nossa humanidade. Precisamos
fortalecer e sensibilizar a subjetividade para que tenhamos força decisória
para dizer sim quando sim e não quando não, no compromisso absoluto com a
verdade e o amor. Dignidade não é questão de custo, mas de valor. Em que mãos
está escondida a nossa ética, a nossa vergonha, a nossa auto-valorização?
Abraços ****
Vivi
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