Uma das marcas da modernidade é o espetáculo. Tudo tem que se tornar um espetáculo para poder aparecer nas mídias, ser visto e revisto. O espetáculo dá o tom, alto e forte, sempre excessivamente para chamar o máximo de atenção. Porém esta necessidade de espetacularização tem um profundo impacto na formação dos afetos e no conhecimento de si mesmo. Diante da superexposição o humano perde a sua identidade, se desumaniza, fica desorientado, porque não se reconhece e não consegue reconhecer o outro como um igual, como um outro Ser Humano. O outro passa a ser ameaça, dentro dos jogos competitivos. Os cenários do espetáculo criam uma falsa sensação de pertencimento que acaba gerando ansiedade, frustração, estresse. Organicamente o humano vai se deteriorando, embora plastificado, maquiado no butox, na capa da revista e nas telas, ele sente a dor do isolamento, do abandono de si mesmo. Além do abandono do mundo, um sentimento de ser abandonado por si mesmo. Para neutralizar este território se entrega às drogas e uma delas é a do consumo desmedido. Os corpos do espetáculo são corpos despotencializados. Portanto, todo cuidado é pouco, afinal o glamour é altamente sedutor e enganador.
Abraços ****
Vivi
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
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infelizmente esta é uma grande verdade,hoje vivemos a solidão fruto do individualismo,todos agem na expectativa de reciprocidade,não existem relações desinteressadas,tempos tristes,vivemos a escassez de sentimentos,como resultado do excesso de exposição estamos todos aridos....e sozinhos..pura solidão.
ResponderExcluirCaríssima Lilian, quem sabe refletindo criticamente possamos nos conectar nas redes com mais amorosidade.
ResponderExcluirBeijos