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terça-feira, 6 de setembro de 2011

SENTIR MAIS EXPLICAR MENOS

Filhos da Grécia Filosófica e da Roma Legislativa,nós temos aprendido a explicar. Descartes nos ensinou: "Penso logo Existo". A razão afiada nos discursos públicos e naqueles discursos da intimidade, nós ocidentais, aprendemos a arte do explicar, como se uma boa explicação pudesse justificar todas as nossas mazelas. Ocorre que, como humanos somos dotados da racionalidade intelectiva mas não somente. Pensar é uma dimensão do humano mas não é o humano total. Felizmente além de pensar somos capazes de sentir, de intuir, de afetar e ser afetado, de comunicar e relacionar. Explique-se, justifique-se, qual o por que disto ou daquilo.... são expressões que exaustivamente permearam e tem permeado o nosso viver. Quase que ao falar já falamos em tom explicativo, afinal quanto mais ordenadas, argumetadas forem nossas idéias e pensamentos, maior é a probabilidade na oralidade, de convencimento diante do outro. Contudo, o sentir é um aspecto do nosso ser que ainda não sabemos muito bem como funciona. Quando dizemos a alguém explique-se, a resposta aparece de imediato, porém quando pedimos a alguém me conte o que você está sentindo neste momento, um branco surge na tela mental paralisando a fala, pois não aprendemos ao longo da nossa história, a reconhecer os nossos sentimentos, não conseguimos sequer nomea-los. Somos muito pouco íntimos dos nossos sentimentos. O distanciamento de nossos sentimentos é fruto também de um profundo distanciamento do nosso corpo, ou seja de nós mesmos, da pessoa que somos. Acredito que vale a pergunta: quem sou eu? Será que sou capaz de responder a esta pergunta sem a lógica racional e burocrática da Carteira de Identidade, mas pela via do sentimento? Experimente sentir mais e explicar menos na sua vida, uma sugestão e um convite.
Abraços ****
Vivi

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