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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CORPO CHAPADO

Ao reduzir o corpo humano vivo a um bloco de matéria, onde a razão que a tudo explica, justifica, julga e cataloga, o sentir passa a ser um bloco, uma chapa apenas. Neste corpo chapado, sem volume e sem sentido, sem pulso e sem fluxo, desconectado de si e do mundo, desencaixado e separado, embora vivo, passa a funcionar na anestesia e na esterilidade. Perder o sentido do sensível é perder o sentido do vivo. Sem sentido e significado o viver empobrece a vida e a miserabilidade inunda atitudes perversas, tortuosas e o mundo, inclusive o si próprio, reduz o corpo a "um monte de ossos e músculos", desprovido de ligações e conexões, o corpo do insensível. Neste lugar, a percepção corporal fica chapada, mecânica, automática, disponível para ser explorada, sugada, até que o corpo torturado se negue a continuar sua trajetória viva e a alma ferida, sofrida, desencantada quem sabe possa ainda pedir ajuda à potência que resta da vida. O humano vive em seu corpo e é na grandeza da força vital, que este humano pode, se esta for a sua escolha, se libertar das amarras e equívocos implantados por uma cultura de exploração. Viver o pulso da vida é viver a porosidade, a flexilidade, o volume grandioso e gracioso do vivo.
Abraços ****
Vivi

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