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quinta-feira, 5 de abril de 2012

O ESPAÇO - ENTRE

O espaço-entre é o espaço que o o olhar da superficialidade, do imediatismo, do mecânico não consegue enxergar, não percebe, pois é o espaço da não concretude. Um espaço que pode não ser visto concretamente, mas nem por isto deixa de existir. O espaço-entre é o espaço da dinâmica, do trans, daquilo que transita. É o espaço da circulação de sinais e signos que informam e formam, que afetam, criam podem criar o vínculo ou distância nas relações, é o espaço que aproxima ou afasta, que agrega ou desagrega nos relacionamentos, nos encontros. A convivência ainda é, para o ser humano um grande desafio, pois co-existir nas diferenças requer maturidade, pede uma consciência na presença de cada encontro, nos ambientes, dentro dos acontecimentos, agradáveis ou desfavoráveis. Convivência pede paciência e compaixão, algo que ainda somos muito infantis, muito rudes, pois queremos respostas imediatas, prontas e de preferência que atenda aos interesses e conveniências pessoais. Toda relação acontece em um espaço, não apenas um espaço físico, territorial, geográfico mas sobretudo um espaço psíquico, um espaço invisível a olho nu mas captado pela alma quando em relação. Para o espaço-entre obter força de elo, de "cola" conectiva, como um ingrediente, é fundamental e decisivo a confiança. Sem um lugar confiável não há como se estabelecer vínculo. Na desconfiança o que emerge é projeção e não relação, é quando as pessoas se projetam, projetam no outro seus medos, carências, suas inseguranças e aí insegurança com insegurança é impossível a comunicação e o contato verdadeiro fica comprometido, deixando a sensação para ambos de reatividade. Na reatividade a criatividade, o novo, o maduro, o adulto, a consciência ampla na sua perspectiva não consegue sustentação e a relação se torna estéril. Cuidar do espaço-entre é fundamental para todas as relações, sejam elas as mais superficiais. Confiança é um valor, que emerge do discernimento, do bom senso, da clareza interna, da vontade de sustentar a vida e respeitar o vivido.
Abraços ****
Vivi

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