A passagem
da lógica binária da competição para uma dinâmica de cooperação, é um dos
desafios deste terceiro milênio. A modernidade líquida traz subjacente à sua
forma aparentemente diluída, processos de exclusão tais como: “ou você está
comigo ou contra mim”. São elas formas predatórias que alimentam a competição
desumanizada e vazia de diálogo. Para cooperar, é necessário compreensão e
reconhecimento recíprocos das partes que se disponibilizam a prosseguir juntas,
coexistirem. O fluxo da vida e das relações apresenta inúmeras possibilidades e
variações. Nada que vive é estático, tudo é dinâmico, se modifica, muda,
adapta-se. Insistir teimosamente em olhar apenas por um ângulo é negar o pulso vital. Aprender e incorporar um
olhar contextualizado, amplo, conectivo, é considerar a complexidade da vida,
seus ambientes, suas dimensões, nuances, diversidades, toda a riqueza de cores e formas
que se mesclam momento a momento. A meteorologia é um grande exemplo deste fenômeno
dinâmico e mutável que é a vida. Enquanto o ser humano se recusar a olhar de
forma mais abrangente, adaptativa, conciliadora, ele não será capaz de cooperar,
continuará alimentando o frio distanciamento da competição. Dialogar para
cooperar, compreender e incluir, tem sido uma exigência cotidiana nas relações
interpessoais, lembrando que dialogar não é impor ou confrontar adversários em
discursos onde a lógica domina. Dialogar é saber ouvir para poder compreender,
é considerar e incluir o outro, é encontrar elos de identificação para dar
continuidade às relações. Separados, os seres humanos não sobrevivem. Esta é a
nossa realidade. Cada vez mais somos chamados a viver juntos. Seja morando em
condomínios, circulando pela cidade, trabalhando nas empresas, só há sustentação
se houver uma disponibilidade pessoal para viver e conviver em espaços e
ambientes comuns. Para coexistir é preciso considerar o outro e seu entorno, sem
perder as diretrizes valorativas que preservam a convivência, ou seja,
critérios de justiça, equidade, respeito, responsabilidade.
Abraços ****
Vivi
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