Por timidez,
comodismo ou desconforto, a dificuldade de questionar, perguntar, refletir,
problematizar, é um fato e um obstáculo para a ampliação do conhecimento e da
percepção do mundo. Contextualizar para entender, é quase uma necessidade neste
momento onde a complexidade da modernidade com sua velocidade desenfreada,
exige de todos nós um olhar mais abrangente para poder compreender os acontecimentos.
Estamos em rede, vivemos e convivemos na rede relacional e nesta fantástica tessitura,
onde a diversidade dos fios se interconectam, a compreensão dos processos das
tramas que se criam pede um olhar mais criativo disponibilizando espaços de
circulação. Criar e inventar possibilidades conectivas acontece na medida em que
as perguntas são elaboradas. Questionar é preciso. Quem sabe, muitos dos
desacertos do cotidiano ocorram em parte
pela não evidência dos “problemas”. Para inventar é preciso problematizar. Sem
saber o que acontece, se não somos capazes de ver os problemas e obstáculos, não há espaço
para o pensamento se articular e portanto não pode haver respostas criativas
apenas respostas obedientes, automatizadas e condicionantes. Aqui encalhamos,
somos capturados pelo círculo vicioso repetindo cegamente os mesmos modelos
controladores. A capacidade e a disponibilidade para problematizar e ver em
perspectiva, alimenta a reflexão e com ela a compreensão. Virgínia Kastrup então pergunta: “se não há produção de problema,
como pode haver invenção?” Se ainda tememos perguntar, como saber das coisas?
Se por comodismo ou conformismo, nem sequer perguntamos a nós mesmos o que
acontece, como fazer escolhas mais assertivas e agregadoras? Sem perguntas, não
há problemas e sem problemas o que resta é repetição de modelos saturados.
Então, o que queremos para nós mesmos? Que mundo queremos e almejamos para os nossos
filhos? Até quando vamos persistir e insistir na ignorância de não querer saber
e conhecer? Até quando vamos nos iludir que o mundo é um conto de fadas provido
pelo consumo e que a sombra jamais existiu?
Abraços ****
Vivi
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