segunda-feira, 7 de maio de 2012
SILENCIAR – SE
Imersos num mundo abarrotado de estímulos, imagens, paradoxos, urgências que são mais velozes que o ritmo do nosso corpo e da nossa alma, que ficam impedidos de acompanhar, é um mundo que implicitamente clama pelo silêncio. Silenciar-se , nunca foi tão fundamental para a sustentação da pessoa humana como nos dias de hoje. Silenciar-se, já não é mais uma questão cultural, mas uma necessidade fisiológica, é uma questão de saúde física, mental e espiritual. O silêncio é alimento, é o que nutre o pensar e o sentir. Cultivar espaços internos onde os pensamentos podem aquietar-se, as emoções podem acalmarem-se, o espírito pode repousar na sua sacralidade, é fruto de escolhas. A decisão do silenciar-se retirando-se temporariamente da agitação do mundo externo e interno, é escolher e apostar na potencialidade que cada pessoa humana traz consigo naturalmente. É ter a coragem de viver o plenamente humano, o ser criativo, que se disponibiliza à compreensão de si e do mundo, é optar pelo maior, a grandeza que é Ser Humano.
Abraços ****
Vivi
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O VALOR DO SILÊNCIO
ResponderExcluirUsei diversos altofalantes
para o outro me ouvir,
mesmo assim não me escutou.
Recolhi-me em ruídos, que o incomodaram deveras,
gritando comigo.
Ai, fechei-me!
Interrompendo interações,
reverberações ressoavam em meu ambiente pequenino.
Ondas sonoras, taciturnas,
sem pedir licença,
quebraram todo meu sigilo.
Tranquei-me!
Mas o meu barulho no outro
não tinha se retirado completamente.
Foi aí que o som emudeceu.
Tornei-me depositaria de gritos
(in)contidos que adoeceram.
Abortei a fecundidade de um bom contato.
Estou esperando a eutanásia desta privação.
Ai sim, nascendo em mim
o verdadeiro silêncio maduro
me ajudará a repensar minhas verdades improváveis
sobre sons e tons nas nuances dos meus ouvidos,
e dos ouvidos dos outros.
Rita Lavoyer