No final do século XVIII, o grande filósofo Kant, propõe
algumas perguntas que me parecem ser mais que interessantes, hoje necessárias: O
que posso saber? O que devo fazer? O que posso esperar? O que posso acreditar?
São questões fundamentais em nossos dias. Conhecimento temos muito, porém o
nosso saber tem se apresentado compartimentado e a nossa maneira de saber e
conhecer, se transcorre na fragmentação das especialidades e feudos, com pouquíssima
comunicabilidade. É preciso interligar o conhecimento, reconstruir um saber e
um modo de obter o saber e o conhecimento, que seja pertinente, que tenha
significado na vida relacional, entre os humanos, a natureza e os ambientes, na
diversidade cultural. Um saber de inclusão, integração, interligação. Em que
posso acreditar diante de tantos desencantos? O progresso tem desintegrado as
crenças e as esperanças e o futuro tem revelado angústia e incertezas. Então, o
que podemos esperar? Diante deste cenário, o que devemos fazer? Acreditar, é
possível? Onde está a confiança? Todas estas questões para serem respondidas,
se faz necessário considerar as capacidades do ser humano, ter uma visão
antropológica. Lembrar que o humano não é apenas razão, mas é também dotado de
criatividade, de entusiasmo, de uma certa “loucura”. Ele não é apenas técnico,
produtor de tecnologias e “engenhocas” ,mas também acredita em mitos, tem suas
religiões e todos estes cenários são de grande complexidade que não podem ser
negligenciados. Perguntar, problematizar, criar, vislumbrar, sonhar, inovar,
faz parte de um se fazer presente na vida. Certezas controladoras podemos não
ter, o que já é muito bom, mas perder a capacidade de criar, refletir,
perguntar é negar a potência viva da vida. Podemos não ter as respostas, mas
podemos ter perguntas. Isto é ter sentido e significado na dignidade de ser
digno do viver.
Abraços ****
Vivi
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