Dentre tantas
narrativas expressas pela linguagem não é incomum as pessoas dizerem, “sim, eu
tive consciência de tal coisa...”, ou “eu estou consciente disto...”, “ou” sabe
que eu não percebi isso...” Ocorre que há um processo que pode ser correlacionado
à atividade cerebral, considerando uma neuroanatomia e sua fisiologia. Nos
humanos, o córtex cerebral é essencial para armazenar o conteúdo da
consciência. O estado de consciência
talvez seja algo que nasce da interação entre o tálamo e o córtex , e que a
consciência humana se baseia anatomicamente no circuito tálamo-cortical. O
neurocientista David B. Edelman, do Instituto de Neurociências em San Diego,
EUA, apresenta a ideia de uma cena integrada, afirmando que “a consciência consiste na capacidade de perceber um cenário
integrado de informações sensoriais e mantê-lo em sua memória”. O ser humano recebe
uma variedade de informações sensoriais, como por exemplo na visão onde temos
contraste, cor, forma, ângulos, mas não há uma interpretação desses dados como
entidades separadas, as pessoas veem a cena toda. Além disso, Edelman apresenta
a ideia da consciência de si mesmo como a capacidade de se imaginar naquela
cena, seja no passado ou no futuro, sendo uma forma mais avançada de
consciência. A medida que as pesquisas avançam na área da neurociência, mais
elementos são fornecidos para a compreensão deste aspecto do Ser Humano que por
longo tempo ficou sem explicações. Muitas são as pesquisas no esforço de compreensão do que é a
consciência, na tentativa de desvendar os mistérios da anatomia estrutural e funcional
do cérebro humano, como também dos primatas e outros mamíferos. Porém, algo já
está estabelecido e reconhecido pelos neurocientista: o cérebro funciona de
forma integrada, onde cognição, emoção, sentimentos, percepção, ambiente, não
estão separados mas compõe um todo integrado com todos os demais sistemas do
organismo humano. Trazer à reflexão de que somos um todo integrado,
interconectado, dinâmico, é fundamental, sobretudo do ponto de vista pedagógico
e educacional que ainda apresenta em alguns momentos uma visão separatista,
reducionista de partes isoladas. Somos um todo e não um ajuntamento de partes.
Mudar o olhar certamente fará grande diferença em nossas vidas.
Abraços ****
Vivi
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